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Dor orofacial é um termo abrangente usado para descrever qualquer tipo de dor que afeta a região da boca, face e estruturas associadas. Isso inclui a área em torno da mandíbula, maxila, bochechas, lábios, gengivas, dentes, língua, palato, músculos da mastigação, articulação temporomandibular (ATM) e até mesmo áreas adjacentes. As dores de origem dentária correspondem a maior parte das causas de dor na região orofacial, seguidas das disfunções temporomandibulares. Todas as potenciais fontes de dores orofaciais podem cruzar as fronteiras de muitas outras disciplinas médicas ou odontológicas, o que faz com que a abordagem interdisciplinar (médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos) seja frequente e necessária. Dor é um sintoma de amplo aspecto que compreende sofrimento físico acompanhado de sofrimento mental ou emocional. É habitualmente ensinada como sendo o mais comum e relevante dos sintomas. A dor pode ser um mero sintoma ou a própria doença. Sentir dor pode ser comum, mas não é normal. Viver sem dor é bem melhor. Procure ajuda!

O termo Disfunção Temporomandibular (DTM) é utilizado para reunir um grupo de doenças que acometem os músculos mastigatórios, articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas. A principal queixa é dor, que se inicia ou piora com a função (mastigar, falar, abrir a boca, movimentar a mandíbula). As disfunções temporomandibulares representam a principal causa de dor "não dental" na região orofacial e são consideradas dores somáticas, profundas, musculoesqueletais, o que confere a essas dores características peculiares e as tornam um grande desafio clínico na Odontologia. O tratamento das DTM é individualizado e deve ser realizado por profissionais experientes e capacitados. O cirurgião dentista, especialista em DTM e Dor Orofacial (DOF) é o responsável pelo diagnóstico, conduzir o tratamento do paciente e encaminhá-lo a uma equipe multidisciplinar. O tratamento em equipe irá influenciar diretamente as chances de sucesso do tratamento. A Dor Orofacial pode estar associada a tecidos moles (pele, vasos sanguíneos, glândulas ou músculos) e mineralizados (ossos e dentes) da face e da boca, pode ainda ser o principal sintoma de inúmeras doenças que acometem diretamente as estruturas orofaciais Alterações nessas estruturas (músculos mastigatórios, ATM e estruturas associadas) podem causar dor e desconforto, dores no maxilar, limitação de abertura da boca, dificuldade de mastigar, ruídos ao abrir ou fechar a boca, travamentos da mandíbula, cansaço na face, dor de cabeça e zumbido.​ Não existe uma causa específica. Existem fatores que podem desencadear, perpetuar e contribuir para que a dor e disfunção se apresente. Alguns destes fatores são: trauma, estresse emocional, apertamento constante dos dentes quando acordado, bruxismo do sono e hábitos como mascar chicletes, roer unhas, apoiar a mão no queixo, e até predisposição genética para dores crônicas. Antigamente, acreditava-se que tudo era causado pela posição dos dentes; hoje, os estudos mostram que o papel da má oclusão dentária na causa de DTM é pequeno.​ Vários são as terapias para tratar uma DTM. Educação do paciente, terapia medicamentosa, terapias físicas, exercícios de coordenação e fortalecimento, fisioterapia, placa oclusal, laserterapia são exemplos de tratamentos. Em casos mais complexos podem ser necessários infiltrações na articulação, e em uma pequena porcentagem de casos, onde há alterações específicas nas ATMs, a cirurgia pode ser indicada. Não espere, procure um especialista!

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação que conecta o osso temporal do crânio à mandíbula. . A ATM é uma das articulações mais complexas do corpo humano, pois é capaz de realizar movimentos multidirecionais. Nós temos duas ATMs, uma do lado direito e uma do lado esquerdo. Juntas elas funcionam como uma dobradiça ligando a mandíbula ao crânio e, com a ação os músculos da mastigação, realizam o movimento de abrir e fechar a boca, nos permitindo exercer as funções muito importantes como mastigar, falar e engolir. A ATM é composta por várias estruturas, incluindo os ossos (osso temporal e mandíbula), cartilagem (disco articular), ligamentos, músculos e vasos sanguíneos. A disfunção da articulação temporomandibular pode causar uma variedade de sintomas, como dor na mandíbula, dificuldade em abrir ou fechar a boca, estalos ou cliques e crepitação (sensação de areia ou folha seca) ao mover a mandíbula, dor de cabeça e dor próxima ao ouvido. Em algumas condições pode ser necessário solicitar exames complementares para auxiliar no diagnóstico e conduta, um exemplo é o exame de imagem por ressonância magnética. No nosso consultório usamos a ultrassonografia da ATM, que irá nos auxiliar no diagnóstico (inclusive na tomada de decisão para solicitar um exame de ressonância), como também no acompanhamento do paciente ao longo do tratamento.

Bruxismo é uma atividade dos músculos da mastigação. Um consenso internacional de avaliou e classificou o bruxismo de acordo com o ciclo circadiano. Desta forma, o bruxismo foi dividido em dois tipos : o do sono e o da vigília. No bruxismo do sono, há uma atividade dos músculos da mastigação enquanto o indivíduo está dormindo, muito conhecido pelo ranger ou bater dos dentes. No bruxismo em vigília ocorre uma atividade dos músculos da mastigação enquanto estamos acordados. Essa atividade pode ser caracterizada por encostar ou apertar os dentes, manter os músculos da face contraídos, mesmo sem os dentes encostarem. Hábitos parafuncionais como roer as unhas, morder objetos, morder língua e bochecha também podem ser incluídos como o bruxismo em vigília. O bruxismo é comandado pelo nosso sistema nervoso central, nosso cérebro. Não há apenas um mecanismo que explique o seu surgimento, várias associações foram apontadas pela literatura científica. Fatores respiratórios, nicotina, consumo de álcool, qualidade do sono, drogas psicoestimulantes, consumo excessivo de cafeína, refluxo gastroesofágico, alterações neurológicas, são algumas condições que podem estar relacionadas ao bruxismo do sono. Já o bruxismo em vigília, parece estar mais associado ao estresse e ansiedade, problemas psicossociais e situações de muita concentração. O diagnóstico do bruxismo deve ser feito por um especialista, que irá colher o relato do paciente, verificar os sinais e os sintomas presentes. Dentes sensíveis ao acordar, cansaço na face, dor de cabeça nas têmporas passageira pela manhã ao acordar, sensação de acordar com os dentes encostados, desgaste anormal dos dentes, fraturas de restaurações com frequência, são sinais que sugerem que podemos estar rangendo ou apertando os dentes durante o sono e/ou durante o dia. Bruxismo não é DTM, mas é um fator de risco para instalação de dor na face, problemas na Articulação Temporomandibular, e fratura de dentes, restaurações e implantes.

Cefaleia é um termo utilizado para dor de cabeça, que é um sintoma muito comum e frequentemente relatado como comorbidade em pacientes cuja a queixa principal é DTM. Há uma Classificação Internacional de Dor de Cabeça (Inernetional Headache Classification) que classifica os tipos de cefaleia em grandes grupos e seus subtipos. Entre os grandes grupos estão as cefaléias primárias e as secundárias. As cefaleias do tipo primária podem se classificar em: MIGRÂNEA, também denominada enxaqueca e suas subdivisões; CEFALEIA TIPO TENSIONAL e suas subdivisões; CEFALEIAS TRIGEMINAIS AUTONÔMICAS, também conhecidas por cefaleia em salvas ou, outras cefaleias primárias e suas subdivisões. Cefaleias primárias devem ser tratadas por profissional médico especializado, normalmente um neurologista (Cefaliatra). As cefaleias classificadas como secundárias são menos frequentes e podem estar relacionadas a quadros clínicos de DTM ou à alguma patologia intracraniana subjacente como: tumores, meningite, malformações arteriais, hemorragia subaracnoidea e pós-traumatismo crânio encefálico. As dores de cabeça Podem ser incapacitantes em alguns casos, influenciando negativamente no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos. Algumas dores de cabeça podem estar relacionadas com as disfunções temporomandibulares. A dor proveniente da articulação temporomandibular (ATM) e dos músculos da mastigação pode se espalhar para outras áreas da cabeça e do rosto, resultando em dores de cabeça tensionais, dores faciais e dores de ouvido. Estes casos são tratadas por nós especialistas em DTM-DOF. O paciente pode apresentar um tipo de cefaleia primária e também DTM. Existe uma forte associação entre essas condições. Sintomas de DTM são mais prevalentes em indivíduos com cefaleia, além disso, estudos verificaram que a medida que se aumenta a severidade da DTM, a cefaleia se agrava e o contrário também acontece. Toda essa associação acontece pelo fato de ambas as condições compartilharem das mesmas vias nervosas que transmitem, modulam e percebem as informações dolorosas. Tratamentos específicos para DTM podem produzir efeitos benéficos na melhora da cefaleia. Desta forma, o atendimento multiprofissional em pacientes com DTM e cefaleia é fundamental para o sucesso do tratamento e melhora da qualidade de vida desses pacientes que apresentam essas comorbidades.

A dor neuropática orofacial é uma condição debilitante que afeta os nervos responsáveis pela sensibilidade na região da face. Esta condição associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou seja, os nervos periféricos, a medula espinhal ou o cérebro. A dor neuropática não é um diagnóstico, mas uma descrição clínica. É preciso uma avaliação minuciosa dos sinais e sintomas que o paciente apresenta para evitar qualquer diagnósticos e tratamentos inadequados. Os sintomas podem surgir depois de lesões, doenças infecciosas ou cirurgias, e podem se manifestar de diferentes formas em cada indivíduo. É importante estar atendo a sensações de dor, queimação, formigamento ou choque elétrico na boca, lábios, queixo, bochechas ou outras áreas faciais e intraorais, hipersensibilidade ao toque ou temperatura, redução da sensibilidade ao toque, dificuldade em comer, falar ou escovar os dentes devido à dor. As dores neuropáticas orofaciais são condições mais raras e por isso exigem um conhecimento mais especializado. Muitas vezes, por não conseguirem identificar a causa da dor, profissionais acabam realizando procedimentos odontológicos desnecessários. São exemplos de condições cujo o mecanismo da dor é a neuropática: neuralgia do trigêmeo, neuralgia pós herpética, neuropatia diabética, dor neuropática trigeminal pós-traumática (ocorre após um tratamento de canal, extração ou cirurgia de implante), síndrome da ardência bucal. Com uma abordagem de tratamento abrangente e o apoio de profissionais de saúde especializados, muitas pessoas conseguem gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida. É importante buscar ajuda médica assim que os sintomas surgirem para iniciar o tratamento o mais rápido possível.

A ultrassonografia da articulação temporomandibular (ATM) é uma técnica de imagem de fácil execução e que traz várias vantagens quando utilizada na clínica de DTM e Dor Orofacial: É um método não invasivo de imagem, o que significa que não requer a exposição a radiações ionizantes, tornando-o seguro para os pacientes. Permite a visualização em tempo real da articulação temporomandibular, possibilitando a observação do movimento e da função da ATM durante a abertura e fechamento da boca. Auxilia na detecção indireta de efusão articular (líquido inflamatório) através da aferência do espaço articular. Orienta o tratamento: Com a visualização direta da estrutura da ATM, os profissionais podem tomar decisões mais informadas sobre o tratamento e solicitação de exames mais específicos como a ressonância magnética. Acompanhamento pós-tratamento: A ultrassonografia pode ser utilizada para monitorar a resposta do paciente ao tratamento ao longo do tempo, avaliando mudanças na estrutura e função da ATM. Conforto para o paciente: Por ser uma técnica não invasiva, a ultrassonografia geralmente é mais confortável para os pacientes em comparação com outras modalidades de imagem, como a ressonância magnética. Custo mais baixo: Em comparação com técnicas mais complexas, como a ressonância magnética, a ultrassonografia da ATM pode ser mais acessível, o que é uma consideração importante para muitos pacientes. No entanto, é importante notar que a ultrassonografia pode ter algumas limitações em termos de profundidade de penetração e capacidade de visualização em comparação com outras técnicas de imagem, como a ressonância magnética. Portanto, a escolha da técnica de imagem dependerá das necessidades específicas de cada caso e da avaliação do profissional de saúde.

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